Crase

Crase

Como visto, por conta da regência, determinados termos exigem a utilização de preposições antecedendo as palavras aos quais se conectam. Em consequência disso, temos o surgimento da crase como uma superposição, de duas vogais “a” apresentadas no texto. A primeira trata-se da preposição exigida pelo vocábulo que antecede-a (regência). Já a segunda, pode ser apresentada como:

• Um artigo feminino relacionado ao termo sucessor;
• A vogal inicial de um pronome demonstrativo (aquele(s)/aquela(s)/aquilo);

Essa fusão é apresentada pelo acento grave (`) sobre o “a” e é notada sua necessidade, com exceção de alguns casos, quando ao substituir a palavra feminina que carrega o artigo por uma masculina de mesma função sintática, vê-se a troca do “a” pela preposição “ao”. Ex: “Fomos à escola”/ “Fomos ao colégio”.

Uso obrigatório

Em algumas ocasiões, como citado, o uso da crase diverge da norma padrão. Ele é considerado obrigatório quando:

• Ocorrer locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas com núcleo sendo um substantivo feminino. Ex: “Ela tomou aquela decisão às pressas”.
• For determinado o horário através de locução. Ex: “Ele foi preso às dez horas”.
• A expressão “à moda de” for subentendida, independente do sexo da palavra seguinte. Ex: “Almoçamos frango à milanesa”.
• Palavras que indicam local forem suprimidas, porém estarem subentendidas. Ex: “Prestamos serviços à Globo”.
• Quando há referência a uma palavra feminina implícita. Ex: “Saímos da minha casa e fomos à de Mariana”.

Crase facultativa

Existem, também, situações em que a crase pode ou não ser utilizada, dependendo da escolha do autor. Esse uso torna-se opcional quando o “a”:

• Vem seguido de nome próprio feminino. Ex: “Eu respondo somente a/à Marisa”. Observa-se, no entanto, que quando o nome for determinado pela palavra ocorre crase. Ex: “Devo cem reais à Maria de Ronaldo”.

• É sucedido de pronome adjetivo possessivo feminino singular. Ex: “Enviamos um e-mail a/à minha empresária”. Esse caso sofre exceção quando trata-se de um pronome substantivo possessivo feminino singular, no qual a crase é obrigatória.

Não utilização

Além dos casos obrigatórios, existem momentos nos quais a utilização do acento indicativo de crase se torna incorreta. Isso, pois nele o “a” é apenas uma preposição determinada pela regras da regência anteriormente citadas. Desse modo, não vemos esse fenômeno no seguintes casos:

Casos especiais de uso

Por fim, ocorrem determinados casos nos quais a crase não segue a regra preposição+artigo. Isso acontece quando a preposição é sucedida de(a):

Nomes de localidades: Ao trocar o verbo de uma frase, na qual o objeto é um local, por “estar” ou “vir” é possível deduzir se a preposição “a” é ou não craseada. O acento será indicado quando, substituído pelo primeiro, ocorrer a combinação “na” e pelo segundo, “da”. Ex: “Vou a São Paulo”. Não a crase, pois:

• Com o verbo “estar”: Estou em São Paulo.
• Com o verbo “vir”: Venho de São Paulo.

Isso ocorre, pois determinados locais permitem a presença do artigo “a” como antecessor a eles, que por sua vez acaba respeitando a regra de sobreposição da crase. Além disso, assim como ocorre com nomes próprios femininos, se o local for determinado ocorre crase. Ex: “Vou à casa de Vanessa”.

Palavra casa: Se expressar a ideia da “lar”, deve-se analisar se o vocábulo é sucedido de adjetivo ou locução adjetiva. Caso sim, ocorre crase. Ex: “Fiz uma visita à casa de Luciano”.

Palavra terra: quando for apresentada como planeta Terra, a preposição “a” recebe o acento indicativo de crase, caso contrário, não. Ex: “Não sabe-se a distância exata da Lua à Terra”.

Palavra distância: Essa segue a regra da determinação, sendo assim, caso determinada, recebe crase. Ex: “O aeroporto está à um quilômetro daqui”.

Vídeo Aula :https://www.youtube.com/watch?v=S4sbxJmXL0c

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